Compositor: Luis Fernando Ochoa / Shakira Mebarak
Braulio tem olhos grandes e cabelos escuros
Nunca come em excesso e jamais dorme sem roupa
Sempre se veste de cinza, pois não tem remédio
A tendência de sempre buscar o meio-termo
Dana é menina de bem, é o que dizem os seus pais
Nunca chega em casa depois das dez, nem muito tarde
Braulio e Dana se amam como qualquer casal
Porém, um dia foram presas da natureza
E dos seus próprios instintos
Não escaparam com sorte
Com fogo por dentro
E os hormônios presentes
Pela lei da atração
Juntaram-se os corpos
Mas se na hora do chá, nada acontece
Apenas se afastará de casa
Por ter trazido mais um habitante
A ingressar nesta cidade podre
Onde o que não se quer se mata
Se mata
Se mata
Se mata
Nesse dia, ela chegou um pouco além das dez
Mas o susto veio umas semanas depois
Quando se confirmaram as suas terríveis suspeitas
Uma criança nasceria e ela já sabia a data
E antes de que o vizinho e a família soubessem
Foi ao doutor para acabar com o problema
Hoje o vizinho está em casa tomando uma boa ducha
E você, dois metros abaixo da terra, vendo crescer vermes
Mas se na hora do chá, nada acontece
Apenas se afastará de casa
Por ter trazido mais um habitante
A ingressar nesta cidade podre
Onde o que não se quer se mata
Mas se na hora do chá nada acontece
Apenas se afastará de casa
Por ter trazido mais um habitante
Para ingressar nesta cidade podre
Onde o que não se quer, se mata
Se mata
Se mata
Se mata
Se mata